30 dezembro, 2006

Reveillon

Tá chegando e tá prometendo.

11 brasileiros no total! hahaha... e foi por acaso. A maioria eu nem conheço muito bem... amigos de amigos. Sugeri de todos irmos pro mesmo lugar, Club 11, restaurante e club que fica no décimo primeiro andar do antigo prédio dos correios daqui. É um lance meio squat, cheio de atividades culturais/artísticas pelos andares.

Aqui rolam fogos na meia noite em várias partes da cidade, então vamos ter uma vista maneira de lá.

Sem hora para acabar...

Tenho que trabalhar no dia 2, por causa de um projeto pesado que estamos fazendo no trabalho. Mas que se dane... não vou deixar de curtir tudo que devo no reveillon. Vou viradão ou como quer que seja necessário.

Haja café...

Feliz 2007!

26 dezembro, 2006

Nova Amsterdã

Eu apóio!

http://www.giveusbacknewyork.com/

Várias referências a coisa típicas daqui que não dão pra entender se você não conhece, mas vale a visita.

24 dezembro, 2006

Frio

Como é de praxe notas sobre o clima:

Nos últimos dias, a temperatura não mudou -- aliás até subiu -- mas o frio aumentou muito! Hoje de dia tava incomodando muito, porque tava um nevoeirozinho úmido no ar, que penetrava pelas roupas e corpo.

Mas eu comprei um casaco invocado!!! Auto-presente de Natal (embora não seja nenhum luxo, e sim algo vital). É de snowboard, então não passa nada de água, bem quente, escuro para não sujar muito, de marca boa, então a previsão é que dure uns cinco anos, e ainda por cima com um corte bom (bem eficiente sem ser naquele estilo bonequinho Michelin).

Ontem aprendi uma nova técnica de amarrar cachecol com Martin! hehehe... é uma ciência, que neguin aqui já tem no sangue, mas que nós que nascemos de sunga precisamos incorporar.

Ainda não apelei para luva nenhum dia! (não gosto... tem que cuidar para não perder, e tirar para contar moedas e outras atividades). Nem gorro (mas na verdade tô atrás de um chapéu maneiro, porque a cabeça as vezes sofre um bocado!).

Sentindo na pele o clima me faz ter certeza que uma forte razão para aqui (e EUA) ser desenvolvido e o Brasil não, é o frio. Tem que se equipar com roupas, tem que ter casa, portanto se dormir no ponto congela mesmo!

Natal

Primeiro natal longe de parentes e amigos!

Estranho. Porém não tão mal quanto eu esperava. É solitário. Mas graças ao Skype, falei com muita gente do Brasil e isso me deixou muito feliz!

Além do mais, estar "sozinho" -- não estou na verdade, pois tenho meus novos amigos aqui -- tem vantagens. Ajuda a refletir sobre o que tá acontecendo, já que há menos distrações (coisas, pessoas, compromissos, hábitos, memórias). Natal aqui para mim tá sendo data para pensar sobre a vida e sobre o que quero.

E claro, pensar com saudade gostosa nos dias de Brasil e matar saudade falando no telefone.

E relaxar, já que eu tava num dias bem pesados (que vão continuar entre 25 e 31 de janeiro e nas primeiras semanas de 2007).

Feliz Natal!!!

Sem notícias

Muitos dias sem postar. Muito ocupado com trabalho.

Outra razão é eu estar passando da fase de visitante para morador. Muitas coisas já não são novidade, e a vida passa a ter cara mais de cotidiano. Infelizmente.

Mas não deixo de me surpreender, para bem e para mal (a estranheza nem sempre é positiva... o diferente às vezes incomoda, principalmente em excesso!)

16 dezembro, 2006

Frio

Acabei de chegar em casa. Fui numa festa e depois dei um tempo na casa de um amigo.

Senti frio na volta. Mesmo. Eu senti o frio penetrando por dentro do blazer. Pois é, eu não tava com o meu casaco mais apropriado, porque saí de blazer para mudar o estilo e ficar mais maneiro. A primeira vez aqui que o frio realmente me incomodou.

Pedalei o mais rápido que pude para aquecer.

Agora fui ver a temperatura no computador e vi que tá 3 graus celsius!!! Porra, tá frio para car#%Wlho!

Portanto, estou na verdade orgulhoso do meu desempenho aqui. Eu podia ter congelado, e não ter ficado apenas incomodado com a temperatura! Estou me adaptando bem. Lembro que no início quando baixava de 10 eu percebia fácil. Tô vendo que agora é quando vai para menos de 5.

Mas a verdade é que eu também dei sorte. Se tivesse ventando ou chovendo (Deus me livre!) eu teria virado um picolé com só esse blazer e cachecol às quatro da manhã.

15 dezembro, 2006

Neve!

Segunda-feira tem boas chances de nevar pela manhã!!!

Semana

Segunda mais agitada depois daquela frenética do meu aniversário.

Lá no trabalho ficou muito corrido, em função de um grande projeto para ser entregue logo depois do Reveillon. Dois mini-freelas ao longo da semana (divulgação de festas... divertidos).

E uma mudança! Um amigo de um amigo tá saindo para Inglaterra -- voltando depois de 5 anos -- e não pôde levar várias coisas. Deixou cama, cadeiras, mesa de centro, aspirador de pó, travesseiros, aparelho de DVD, colchão inflável... Eu e Martin fizemos o rápa! Para carregar foi meio bizarro. Mais trabalho que minha mudança verdadeira para cá, há uma semana e meia.

Primeiro amarramos as peças da cama nas bikes e vimos pedalando! Foi hilário. Tava muuuuito pesado e desconfortável.

Depois carregamos o colchão na cabeça andando (tentamos colocar dentro do Tram, mas o motorista sabiamente não deixou).

Tive que ir pro trabalho.

De noite, carreguei mais cadeiras, 4 de duas em duas, amarradas no rack da bike. Foi bem fácil, porque amarrei de um jeito bem firme. E mais minha mochila nas costas cheia de cacarecos.

Agora casinha tá ficando bem mais confortável, a baixíssimo custo! uhu!

12 dezembro, 2006

Frio

Tá frio. Durante os últimos dias estagnou em torno de 7 graus celsius.

Mas não tá me incomodando tanto. Não sinto frio no torso. O mais chato é pescoço, orelha e tal. E quando venta muito, as pernas também. Mas se essas partes forem bem cobertas, dá pra andar de bike, caminhar na rua e tudo mais.

Que bom. Melhor do que eu imaginava.

Mas ainda vai ficar pior, com certeza! Quero ver neve!!!

11 dezembro, 2006

Shows

Ontem assisti ao Eclectic Method (www.eclecticmethod.net) no Resfest. Eles mixam áudio e vídeo ao-vivo. Iradíssimo. E de graça (porque eu tava trampando no evento). Eu até gravei com a câmera de foto uns trechos. Vou tentar colocar no Youtube.

Nessa sexta tem Sonic Youth em Haia (Den Haag)! Tou pensando seriamente em ir... (apesar de que nesse tenho que pagar!, entrada e trem até lá).

Shows maneiros tão pintando. Uuuhuuu!

Bike

Vou para minha terceira bike! A primeira, clássica e inesquecível rasta, parou de funcionar -- a roda de trás ficava prendendo e o freio não funcionava. Daí virou tristemente fonte de peças para as próximas e de amigos.

Daí comprei na rua outra, mais ferrada que a primeira. Pois é, tive que recorrer à malandragem daqui, o que não é legal porque estou incentivando o crime e blá blá. Mas foi assim.

Uma semana depois, levaram da minha porta, à luz do dia!! Tudo bem, ela não tava amarrada à nada, a ñ ser a ela mesma. mas mesmo assim! Isso não é comum. Na porta do trabalho, os chefes deixam as deles, que são muito melhores, só amarradas roda com quadro todos os dias!!

No fundo, eu tava querendo que roubassem para eu arrumar outra mais decente. Essa era um caco, e ia acabar mesmo em breve. O prejú mesmo foi o cadeado, q custou uns 20 euros!

09 dezembro, 2006

Delícia

Descoberta gastronômica da semana: sanduíche da clássica-e-tipicamente dutch pasta de amendoim (pindakaas) com geléia de morango ou cereja ou framboesa (ou whatever... sempre vale a criatividade nos sanduíches aqui).

A primeira vez que fiz um desse, eu comi 3 seguidos (foi no almoço, no trabalho). No dia seguinte, repeti mais duas vezes a dose! É delicioso!!

Aliás, por causa dos hábitos alimentares e sociais aqui, estou ingerindo mais açúcar, mais cerveja e mais café aqui do que no Brasil. Não acho isso muito bom, pensando na saúde, mas pelo menos estou curtindo os prazeres cotidianos! Viva!!

Consciência 2

Outra coisa curiosa: a relação que eles têm com os junkies (viciados da rua -- quantas vezes tenho que traduzir esse termo?? parei daqui em diante) é de desprezo! Isso me choca, porque são pessoas muito ferradas, que sofrem e que merecem compaixão.

Mas imagino que eles desenvolveram uma relação com essa parte da sociedade igual à que nós no Brasil temos com a população de rua. Se habituaram com o fato, e não o percebem mais -- aqui ainda é mais grave, porque os junkies não são uma ameaça real à sua segurança, então te fazem ainda menos percebê-los.

Eu me lembro de várias vezes ter sido questionado por estrangeiros no Brasil sobre as pessoas que moram na rua. Eles ficam chocados com a situação e com o fato de nada mudar. E eu sempre respondia que era assim, que não podia fazer muita coisa.

OK, os junkies aqui são um caso diferente, porque eles meio que escolheram entrar nessa vida, e porque as soluções possíveis para isso já acontecem. Portanto, não há realmente o que se fazer.

Mas me chocou o fato de as pessoas aqui se referirem aos junkies com muito desprezo, sem ter o mínimo de compaixão. Se acostumaram a considera-los o lixo da rua.

(A propósito, as soluções para isso são oferecidas pelo governo. Os viciados são convidados a entrar em tratamentos, que consistem em dar a eles drogas -- heroína mesmo ou metadona, que é uma heroína sintética -- em quantidades controladas e gradualmente menores).

Consciência

Me decepcionei com uma característica que me parece comum às pessoas aqui: o hábito deles de jogar comida fora, sem muito remorso.

Eu achava que europeus tivessem mais cuidado com isso e tentassem evitar ao máximo desperdício. Afinal, eles passaram por duas guerras mundiais e têm em média mais educação e cultura que os brasileiros. No entanto, presenciei algumas vezes holandeses e ingleses jogando muita comida fora sem nem pestanejar. No meu trabalho mesmo, comemos lá, e todo dia algo vai pro lixo, e ninguém nunca parou para tentar inventar um esquema de doar para alguém -- nem que seja um gato do estúdio!

Acho que isso acontece porque eles não vêem miséria. Isso fica claro até quando falei logo acima de inventar um esquema para dar a comida para alguém -- não há gente passando fome na rua!!! Bom, talvez os junkies (os viciados da rua).

Voluntário

Descobri que a boa aqui pra mim é trabalhar como voluntário nos eventos interessantes que rolam na cidade. Fiz isso no IDFA e agora no Resfest (festival de vídeos inovadores). Resfest tá sendo ainda mais vantajoso do que o IDFA, porque dura só no fim-de-semana e são menos horas de trabalho.

Pontos positivos de voluntariado: não pago a entrada de nada do evento (naquilo em que estou trabalhando e em qualquer outra coisa quando estou livre). Conheço muita gente da área. Vejo lances importantes que nem se você pagar para participar pode ver (como o Forum que rola dentro do IDFA, em que projetos são apresentados, e então avaliados e patrocinados por produtores). Vou em festas. Não gasto com comida durante esses dias. Ainda ganho uma camiseta!!

Recomendo se você tem algum tempo livre.

Mudança de casa 2

Acho que tenho que receber oficialmente minha cidadania dutch agora! Motivo: o final da minha mudança eu fiz na semana passada, com minha bike ferrada! Era uma mochila de acampamento de 70L pesadéssima com livros e papéis, e uma mala Sansonite dura e grande!! Amarrei a mala de um jeito que não caiu no rack de trás -- apesar de eu ter ido dando uma garantida com uma das mãos pratrás. E fui com a mochila nas costas. Para completar, chuviscava! Imaginem a cena. Se alguém olhasse, nunca imaginaria que eu não nasci nessa cidade. Mó intimidade com a fiets (bike em dutch).

Tempo 2

Tá difícil de postar todo o dia ultimamente.

Cuidar de casa, trabalhar, curtir, continuar pesquisando o que me interessa, manter contatos profissionais... não sobra muito pra outras coisas.

Além do mais, de certo modo, estou entrando numa certa regularidade de cotidiano. Há sempre novidades, lógico, mas não tantas quanto nas primeiras semanas.

Mas prometo continuar colocando novos textos aqui, nem que sejam em intervalos maiores. Isso é legal lógico para meus amigos brasileiros. Mas também pra mim, para registrar regularmente o processo de me instalar aqui.

02 dezembro, 2006

Porão

Uhuuuu! Casa, só minha! (quer dizer, do Martin também... mas, enfim).

É um porão, fica no Red Light District. Parece muito com a casa do Matteo, onde fiquei nas primeiras semanas. Mas é mais novo, e tem uma janela para a rua, o que faz ser bem melhor que o do Matteo.

Além disso, o aquecimento funciona muito bem (nunca mais dormirei com dois casacos, gorro e cachecol como cheguei a fazer nessa merda desse quarto que aluguei na casa do Mathew!). E é grande! Não tem exatamente dois quartos e uma sala, como seria a configuração ideal para duas pessoas, mas sim uma sala grande com cozinha embutida, e um segundo grande ambiente. Estamos pensando se ficamos cada um com um quarto ou se dividimos o quartão e ficamos com um espaço comum para receber as pessoas, escutar um som...

É meio temporário, porque temos que sair até abril. Mas isso é bom, porque passaremos o inverno com um lugar muito central (não vou pedalar por horas no frio para voltar para casa), teremos muito tempo para procurar algo melhor e de mais longo prazo, e se acharmos algo no meio tempo, podemos sair a qualquer momento porque não tem contrato.

+ + +

Como bem observou minha mãe, comigo tá sendo o oposto de inferno astral! Na semana imediatamente antes do aniversário, tudo que aconteceu foi bom!! (reparem bem na construção... não disse "tudo de bom aconteceu"... têm algumas coisas muito boas que não rolaram. por exemplo, a norueguesa que conheci no Paradiso só quis ficar no papo... :) ).

Frenésss -- conclusão

Mas essa correria não quer dizer que não estou contente com o que tá acontecendo. Pelo contrário! Quando páro pra pensar, vejo quanto já atingi até agora, nessas seis semanas que estou em Amsterdam.

Aliás, mais uma novidade que aconteceu nessa semana: consegui um apê!! Sexta peguei as chaves e amanhã vou mudar e arrumar as coisas. Dividindo com Martin, amigo brasileiro.

Na última segunda, início da semana, nem podia imaginar tudo que ia acontecer. Tanto que tava curtindo o IDFA na maior calma. Fui num filme de noite, um documentário sobre John Lennon, e depois fiquei no local, Paradiso, porque lá também rolam shows, e acabei podendo assistir a dois shows bem legais que aconteceram depois da projeção. Conheci uma menina da noruega, ficamos conversando, fui dormir as 3 da manhã, e no dia seguinte fui trabalhar no IDFA de novo pela manhã. Se soubesse que ia ter que fazer tanta coisa na semana, não teria feito essa extravagância logo no início (na quinta-feira de madrugada, enquanto trabalhava, fiquei me xingando porque não aproveitei as horas que podia ter tido de sono extras). Mas acontece. No final foi muito recompensador.

Frenéeee -- continuação

Então, daí ontem foi meu niver, mas eu tava tão atarantado que não consegui nem pensar muito nisso até de noite. Recebi ligações de mãe, pai, mas infelizmente nem pude dar atenção. Estava terminando um freela de motion, com meu computador, no escritório lá.

Achei que não fosse aguentar. No último dia antes de entregar, trabalhei até as 6h da manhã, isso depois de ter passado o dia no outro escritório onde estou empregado part-time, e acordei 8:30 no dia primeiro de dezembro.

Não deu tempo de comemorar direito. Não consegui nem marcar nada com os novos amigos e colegas daqui. Depois do ultimo dia de trabalho no escritório do freela, fui com 2 amigos num bar, de leve... e depois encontrei outro amigo holandês. Mas nada especial de aniversário.

Quero ver se marco durante a semana algo à altura.

+ + +

Enquanto trabalhava, ia acompanhando os recados no orkut, pelos emails que iam chegando. Tava doido para chegar em casa e ler todas as mensagens. Apesar de não poder ter feito muita coisa no niver, é bom sentir que estou conectado aos meus amigos. Estamos celebrando juntos, apesar da distância.