29 julho, 2007

Islândia – são tantas emoções!

Foi sensacional!! Lugar estranhíssimo, mas num bom – ótimo – sentido!

Contrariou minhas expectativas de certo modo. Mas isso é bom, porque foi descoberta. Tinha uma imagem anteriormente e ví que não era real. Sobre o povo, sobre a paisagem, sobre a cidade Reykjavik.

Fiquei na casa de um amigo do meu amigo, Glenn, kiwi -- da Nova Zelândia. Coincidência: natureza da N. Zelândia tem muito em comum com Islândia -- e ainda rimam! ;)

Glenn é gente finíssima! Me ajudou muitíssimo. Islândia é um pouco difícil de desvendar se vc nao tem alguém local -- eles ainda tem q melhorar um pouco pra tornar o turismo realmente forte lá.


Foi uma overdose de informações. Vou escrever em ítens, para poupar tempo e tentar lembrar de tudo:

• duas horas de escuro por dia (e não totalmente escuro; lilás/azul no máximo). claridade também não é absoluta. luz de amanhecer todo o tempo.
• dificuldade de dormir. precisa de boas cortinas. acordando constantemente de 'noite', achando que é dia (na prática é!)
• chuva vento e um pouco frio quase todo o tempo que fiquei. mas muda rápido, ao longo do dia de lugar pra lugar --- quando dirigia, passava por areas de chuva pra outras de sol em vinte minutos.
• ditado local: se não gosta do clima, espere 5 min -- porque muda todo o tempo.

• Povo tímido, fechado, desconfiado -- enquanto andava tinha sensação de quem sempre tinha um icelandic me olhando -- e de fato comprovei inúmeras vezes quando virava pro lado.
• (comecei a brincar de desconcertá-los, tirando foto na cara deles quando ficavam me encarando)
• Ao mesmo tempo, solícitos se você quebra o gelo
• Em geral não sorriem
• Mesmo se você é apresentado, no dia seguinte agem como se nem te conhecessem
• Algumas pessoas lindas -- mulheres de porcelana, absolutamente brancas... miss World atual é de lá, e estava bebendo no Vegamont no dia em que fui lá!
• Mas povo rough visualmente, muitas vezes não de traços finos. Meio fazendeiros
• (na média, acho o povo holandês mais bonito)
• mega antenados na moda. todo mundo trendy na rua. 80's direto. crianças com roupas super cools.
• primeira vista isso é muito legal. mas depois fiquei pensando que é meio bizarro. pois, ninguém relaxa e coloca qualquer coisa. todo mundo visualmente calculado.
• antenados também culturalmente. rádio só tocando Chromeo, Rapture, LCD Soundsystem...
• milionários (mas endividados com cartão de crédito). consumistas.

• custo de vida caríssimo pra um visitante. cerveja de 8 a 10 euros no bar! -- tipo 20 a 25 reais!!! quase certo que é o país mais caro da europa.
• mas vida é facil pra quem mora lá. ganha-se muito bem. e quando viajam, podem viver como reis com suas Icelandic Kronas.

• língua muito estranha
• todos falam inglês, mas muitas vezes com um sotaque bem forte e 'bonitinho'

• bandeira significa fogo gelo água

• Reykjavik: fiquei maior parte do tempo. Glenn vive lá
• pequena. duas ruas principais, onde há tudo: bares, lojas legais
• lojas: muita moda alternativa de marcas independentes, novos designers, tudo muito fashion trendy 80's. muito legal (e caro!! merda de Krona)
• Jeeps por todo lado. nojento -- prefiro o estilo dos outros escandinavos, bikes pra todo lado.
• cidade bolada pra carros -- espaçada, embora com pouca gente (200 mil ou nem isso) e com enormes estacionamentos. ladeiras.
• jeeps também úteis para o interior. faz sentido. estradas muitas vezes com mais buracos q asfalto (quando há asfalto). e pra ir no meio da ilha só de 4x4. (e deve ser iradíssimo. mas o aluguel do 4x4 é mais caro. tudo é caro!! cazzo...)
• não exatamente bela. arquitetura básica, meio grosseira. tem as casinhas de metal ondulado, e pintadas de cores vibrantes (será pra diminuir a deprê ou porque tinta é mais barata?). ferrugem, manchas, desgaste (mar perto). grafiti, pichações, tags.
• mas essa feiúra-estranheza tem um charme (pra mim). é um deprê belo.
• fui no cemitério -- aliás primeiro em que entro 'sem motivo' mas sim pelo passeio. muito bonito! triste mas belíssimo!
• espaços resolvidos de formas estranhas. uns vãos no meio dos prédios na cidade.
• não só jeeps mas carros em geral, muitos. preguiçosos. e status. cidade do interior: fim-de-semana, noite, saem todos de carro, e principal rua engarrafa -- pra nada! vilarejo.
• dão voltas nos quarteirões pra nada! -- um dia sentei num banco e notei que os mesmos carros retornavam depois de alguns minutos. muito ridículo.
• vilarejo. você conhece pessoas num dia, e vê um monte no outro, andando na rua, fazendo compras. fofoca rola solta.
• parece uma transição entre Europa e América do Norte. geograficamente mas também pelo consumismo, pelos jeeps, pela coca-cola e todos produtos que consomem etc. menos europa nesse sentido.

• primeira viagem minha com iPod. outra experiência -- porém as vezes evitava pra escutar o ambiente também.
• mas incrementa a experiência. maior parte do tempo: Editors, Interpol (our love to admire), sigur rós (banda local; () + agaetis bjrun), Joy Division, Mew. muito bom
• ah, e LCD e galera Ed Banger -- dj meldhi, sebastian, justice... -- pra dar uma empolgada!

• museu de arte contemporânea na cidade. bem bonito. arquitetura também estilo rústico, inacabado, concreto à mostra. vidros, se vê a rua, o porto.
• bom ver arte contemp., sempre
• islândia parece uma obra de arte contemp., natureza com grandes espaços, minimalista -- não à toa Richard Serra tem uma escultura permanente numa ilha.
• luz interessante, nítida / sharp, branca (diferente de rio ou amsterdam, onde é blurry difusa úmida). luz de amanhecer ou entardecer todo o tempo, nunca sol de meio-dia.

• crianças soltas, tocando o terror no supermercado, enquantos os pais estão do outro lado

• timidez acaba no fim-de-semana, com bebida. bares abertos até as 6h. (dia de semana, 1h). loucura total. beijam, agarram, brigam, sacaneiam. polícia tem bastante trabalho nas ruas.
• bebida é cara (como tudo mais). bebem em casa antes e levam bebida escondida no bolso pros bares.
• mulheres vikings. duronas, podem cuspir no chão, bater em alguém, beber pacas, agarrar geral!

• natureza inacreditável, tipo senhor dos anéis -- aliás, eles acreditam em elfos e tudo mais.
• alugamos carro. 1 dia com Glenn, meu anfitrião, outro eu sozinho.
• incursão pro interior. indispensável, fantástica, maravilhosa! uma parte perdida se só ficar em Reykjavik
• vulcões ativos! -- passei só perto, porque pra chegar mesmo precisa de um 4x4 que era mais caro de alugar
• cachoeiras desenhadas por Deus -- aliás Deus é icelandic e não brasileiro, I'm sorry
• gêisers
• geleiras!! fiquei muito eufórico quando ví. não acreditei. bloco de gelo de quilômetros saindo da terra. fui lá tocar e encharquei meu pé na água quase zero grau. é acachapante. pirei mesmo.
• terra de hobbits
• planícies, nenhuma árvore -- me surpreendeu isso -- árido, desértico, vulcânico, rios serpenteando planos.
• locais sem ninguém além de mim. achei q lá é mais fácil pirar. pensei tb que se você tem um parafuso a menos pode se jogar de um penhasco fácil.
• exuberância minimal, ou seja, poucos elementos naturais, que ficam lindos!
• exóticos aos meus olhos latinos habituados à abundância de natureza.
• blue lagoon: espécie de parque de águas, natural, perto de Reyk. paga pra entrar, instalações pra se trocar novíssimas, loja com produtos de beleza. dentro, hot springs, ou águas naturalmente quentes!! gêiser no meio da parada. pedras pra todo lado. partes quentes demais q não dá pra chegar. é oficialmente considerado tratamento pra doenças como reumatite. delícia. tava sol no dia ainda por cima.


* * * * *



conclusões

• Toda viagem no fundo é uma descoberta interna pra mim. Ainda mais se vou nesse estilo solo.
• A diferença de ambiente me obriga a pensar novas respostas. E as minhas respostas usuais (hábitos) ficam evidentes, sejam elas adequadas ou não.
• Sou obrigado a sair do conforto do hábito. encarar. língua estranha. pessoas não necessariamente convidativas. nada muito familiar.
• e o choque nos sentidos pela novidade constante faz a mente e as emoções fluírem

* * *


• Já tinha pensado sobre a câmera digital e como ela ajuda a ver, porque me obriga a olhar melhor, e optar e editar o ambiente a todo momento.
• Mesma coisa ao levar um caderno pra desenhar.
• Lá descobri o iPod pra ver/sentir também. Eu entrava em climas. Viajava com o input visual local + o auditivo.

* * *


é caro. mas agora não me arrependo nada! pagaria até mais! se as passagens ficarem ainda menos caras -- recentemente nova companhia barata estilo easyjet passou a voar, Icelandic Express -- acho q se torna um destino mais popular.

* * *


• primeira vez no Schiphol, aeroporto de Amsterdam, desde que mudei para cá
• emoção na ida, quando ia pelo saguão e me lembrava de quando cheguei, há 8 meses. não sabia nada do q ia acontecer. e tanto já aconteceu e o que aprendi, cresci, venci...!
• quando voltei, me sentí em casa em amsterdam. minha casa é aqui, e bikes, pessoas, ambientes, hábitos já me são familiares. muito curioso.
• (adorei chegar na estação de trem e destrancar minha bike depois de 1 semana e pedalar pra casa!)

2 Comments:

Blogger Carol said...

Ótimo! Li tudinho. Adorei as suas impressões sobre o lugar.
Bj.

3:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Pablo, só li hoje.
Você é impressionante!
Fiquei muito emocionado.
Muito obrigado.
Bjs.
Papa

6:50 PM  

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