Mudança
Bakfiets
Originally uploaded by pablo_me.
A transição pra cá foi uma história e tanto!
Aqui tava liberado a partir do dia primeiro de março. Tínhamos que sair do basement no mesmo dia, máximo, porque o Martin falou com a inquilina e ela disse que se ficássemos até o fim-de-semana íamos ter que pagar por cada dia extra! No final percebi que isso foi um mal-entendido, como era de se esperar, mas não quis ligar pra negociar/esclarecer. Já que tinha quinta livre no trabalho, resolvi fazer a mudança naquele dia mesmo. Matteo e Martin trabalhavam de tarde, então eu tinha que resolver quase tudo sozinho.
Tentei chamar uma van que transporta. Mas não tinham mais horários. Então parti pra solução típica dutch: bike!!! Aluguei uma bakfiets igual a essa: caçamba de 1,90 x 1 m! 25 euros por 1 dia.
É uma bike muito doida, porque o manuseio é bem diferente de uma comum. Claro, é enorme, mas além disso, tem duas rodas na frente, então nas curvas não há balanço com corpo. É pesada, e embora Amsterdam não tenha ladeiras, na hora de atravessar os canais, só aquelas subidas já eram mó esforço. A proporção das catracas é tipo da marcha mais leve de bikes comuns, então você pedala várias vezes pra locomover pouco e não consegue ir rápido com ela (a não ser nas descidas, já que ela é pesada e pega velocidade fácil).
E o mais estranho de tudo: não existe contra-pedal. Quando ela anda pra frente, sempre os pedais rodam pra frente -- logo, se você roda ele pra trás, ela dá ré! O freio é uma alavanca no meio do quadro. Demorei para me adaptar a isso!
Por causa disso tudo, quase bati no início -- fui falar no celular enquanto pedalava, e isso não dá mesmo! Quando descia as ladeiras, o pedal vai rodando mais e mais rápido e dá um certo desespero -- depois peguei a manha de tirar os pés mesmo e deixar eles rodarem o mais rápido que for, para pegar velocidade... só recolocava quando já tinha diminuido de novo.
[Outra mãnha que peguei durante o uso foi de em vez de ficar me matando pra subir a ladeira em cima da bike, pular dela e empurrar até o cume, e depois de atingi-lo, pular rapidamente pra cima de novo pra aproveitar a descida]
OK, já falei tanto de aspectos específicos da bike que agora só o João Guilherme e minha mãe devem ainda estar lendo isso!
Pois bem, com a bike fiz 3 viagens de ida de volta na quinta. A distância entre casa velha e nova é de aproximadamente 4km, então pedalei 25 km em uma dia! Devo ter carregado uns 400 quilos no total. No fim do dia tava exausto!
E para ficar mais emocionante, chovia na segunda viagem! Eu, com casaco, capuz e cachecol, suando pacas --- porque eu não podia me descobrir e ao mesmo tempo tava fazendo mó esforço --- com cadeiras, peças compridas de madeira de uma cama, mais um monte de caixas e mochilas cheias, cortando o vento e tomando água na cara!
Muito guerreiro! Me senti um herói, ainda mais porque meus companheiros de casa não carregaram quase nada. Foi tudo em uma dia, só com bike (com exceção de um colchão de casal enorme, que só foi no carro de uma amiga, 1 dia depois).
Foi divertido! Curti -- embora em termos práticos nem valha a pena... se tivéssemos conseguido alugar a van, seria 5 euros a mais, e tudo seria transportado em 1 hora.
2 Comments:
Ufa, cansei só de ler o pedala pra cá, pedala pra lá.
Você já era um bike-mania e agora é PHD no assunto, João Guilherme que se cuide. ;(
Sigo correndo por fora, mas com essa me deixou transbordando de inveja. Dois sonhos da minha vida, pedalar um triciclo e uma bicicleta sem roda livre, fixa como se chama!
Fiquei transtornado com o relato e a beleza da bicicleta....
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